
O tempo do gato! (resumo da live!)
E na última live falamos sobre o tempo do gato! Vou deixar aqui algumas reflexões em formato de tópicos de acordo com cada tema:
ESTAMOS VIVENDO A ERA DO IMEDIATISMO
Fato! Se algo acontecer em qualquer local do mundo nesse exato momento, em poucos minutos já estamos recebendo a notícia em nosso telefone celular, não é verdade?
Se precisamos falar com alguém, é só acionar um dos aplicativos de mensagem e em segundos já fizemos contato e demos o nosso recado!
A tecnologia nos trouxe velocidade, mas junto com ela, o ser humano incorporou o imediatismo. E ao longo dos anos de atendimento, tenho visto que essa rapidez vem sendo transferida também para nossos animais de estimação. A expectativa, a espera. E com a frustração, a busca por comparações ( porque o gato da minha irmã aceitou o outro gato em dois dias...).
Com tudo isso, nos esquecemos da espécie que estamos lidando: animal não gregário, um predador (e presa!), carnívoro, de hábitos solitários, que NÃO forma grupos de hierarquia linear, ou melhor, que nem sempre forma grupos, filopátrico (fidelidade ao habitat, o famoso "gato é da casa", com controvérsias, claro!). E não um cachorro pequeno...
Por um momento, pense no gato como indivíduo único, com sua genética e experiências vividas, mesmo um filhotinho, pois ele teve experiências gestacionais antes de chegar a você, com apenas alguns dias de vida. E é sabido que mães que passaram medo e stress na gravidez, podem gerar filhos medrosos e inseguros!
Vamos imaginar uma criança na idade de começar a usar o vaso sanitário. É um processo! Ela vai errar, ela tem o tempo dela, ou melhor, cada criança tem o seu tempo para isso acontecer. E com um gato não seria diferente! Há casos de socialização que chegam a bater 2 anos. Dois anos de tentativas, feromônios, alguns rodízios, mudanças de rotina... É a "criança tirando a fralda"!
Como profissional de comportamento não julgarei sua decisão de doar o gato, mas peço um pouco mais de paciência e compreensão dentro das SUAS possibilidades diárias. Rotina de brincadeiras, atenção e outras atividades precisarão ser incorporadas ao seu dia a dia para que o processo aconteça da forma mais orgânica possível.
Que tal refletir sobre o quanto o seu imediatismo está interferindo negativamente em algum processo de condicionamento com seus gatos?
QUANTO TEMPO PARA O GATO ACEITAR UMA CRIANÇA?
Um grande erro das mamães é excluir o gato dos processos!!!
O ideal é começar o trabalho com o gato ainda na gestação, fazendo com que ele faça parte de cada fase: chegada do berço, dos móveis, roupinhas... E seja paciente durante a reforma do quartinho. Reforma é fonte de stress, barulho e alteração na rotina dele.
E com um gato que chega na casa onde já tem uma criança, é preciso atenção com essa criança! Lembrando que GATO NÃO É PRESENTE para criança, mas sim uma companhia!
O segredo é supervisionar os encontros e se a criança for maiorzinha, conversar. Se ela for muito pequena, é preciso restringir o acesso dela para que o gato tenha seus momentos de descanso e privacidade.
Crianças pequenas gritam, fazem movimentos bruscos, correm... Isso pode ser uma ameaça real para o gato. Portanto, supervisão e restrição são os segredos do sucesso.
MEU GATO MORDE... QUANDO ISSO VAI PARAR?
Em primeiro lugar, há quanto tempo esse gato não visita o médico veterinário para um check-up? Mais de 1 ano? Pois já está passando da hora de voltar! Um dos principais motivos para um gato estar reativo é a dor! Portanto, o primeiro passo é investigar.
Segundo, como você e seus familiares estão brincando com esse gato? Usando as mãos? Provocando o gato? "Mas eu me divirto com isso!" Então não reclame quando o gato usar de força e atacar de verdade, tudo bem?
Mas se você quer um gatinho companheiro, que goste de toque e de companhia, siga esses passos:
espere o gato procurar você
diminua o tempo de carinho (para que ele te procure!)
não esperar o gato morder para parar o carinho!
se seu gato é recém adotado, PA-CI-ÊN-CIA! Um gato que teve vida na rua tende a ser mais desconfiado e evitar contato. Já trabalhei casos de 18 meses para um gato aceitar um toque leve na cabeça. Você está disposto a esperar?
Até porque um gato que não é condicionado ao toque tende a sofrer mais nas idas ao médico veterinário. Então, é hora de pensar: vale a pena continuar provocando o gato?
VOCALIZAÇÃO NOTURNA! POR QUE ISSO ACONTECE E O QUE FAZER?
Gato recém adotado:
precisamos lembrar que o território de um gato pode chegar a 2km ou 8 mil metros quadrados! Sendo assim, esse gatinho recém adotado mantém o comportamento exploratório da espécie.
uso de florais
aromaterapia (consulte um profissional!)
uso de feromônios sintéticos
musicoterapia
estabelecer uma rotina de brincadeiras e atividades, 30 minutos diários divididos em 2 períodos pode ajudar! Gato cansado é gato feliz!
TEMPO! TEMPO! TEMPO!
Gato que pede sachê:
parabéns, seu gato condicionou você!
que tal começar a quebrar a rotina, oferecendo o sachê em horário diferentes?
persista, não levante da cama! Em poucos dias, ele vai entender que naquele horário nada vai acontecer.
Porta do quarto fechada, gato que mia:
por que a porta precisou ser fechada?
falhe os dias: abra um dia, não abra dois... assim ele desassocia! (desmame)
você está dando atenção suficiente para o gato? Meeesmoooo?
como está a sua rotina diária de brincadeiras? Está brincando todos os dias por no mínimo 10 minutinhos ou é daquele tutor que diz que "meu gato não brinca com nada!"?
procure um profissional para lhe ajudar com enriquecimento ambiental e também sensorial. Enriquecimento ambiental não é só colocar prateleiras!
uso de feromônios sintéticos de ambiente